domingo, 9 de setembro de 2018

I'm done



Um dia brincamos do que queríamos ser quando crescer e, de repente, estávamos entrando num mundo novo e escolhendo o caminho a seguir. Foram tantos os motivos… Indicação de alguém, mudança de curso, curiosidade, vontade de ajudar e muitos outros que levaram cada um a escolher, formando a eterna e única Turma “187”.
Assim o tempo passou… Encarregou-se de encher as agendas, evidenciar as diferenças e nos apresentar grandes amizades e grandes batalhas. E no final deste livro, que levou cinco anos para ser concluído, aprendemos a lutar e construir a nossa história — que algum dia nos lembraremos com saudades. Talvez não da sala de aula, das provas, dos problemas da Universidade, de algumas arbitrariedades, mas das trocas de experiências, de como aprendemos a ser quem somos hoje e das horas felizes que, de alguma forma, passamos juntos.
Neste momento, deixamos de ser apenas colegas para sermos companheiros de profissão, dando o primeiro passo em direção a uma vida cheia de surpresas e desafios, mas com a certeza de que concluímos mais uma etapa em nossas vidas.
Aos pais, é essencial reconhecer que somente eles sabem do sacrifício, da dedicação, abdicação de tempo e de muitos projetos pessoais para que nós, filhos, tivéssemos a oportunidade de estudar e de ter não só uma boa formação profissional, mas também pessoal. Não foram apenas pais, mas amigos e companheiros, mesmo nas horas em que nossos ideais pareciam distantes e inatingíveis. Esse é apenas o primeiro dia do resto de nossas vidas, mas saber que podemos contar com vocês nos torna mais fortes e capazes.
É com essa admiração e respeito que agradecemos por todos os esforços e demonstrações de amor desmedidas, que foram fundamentais para a formação de nosso caráter, dedicando-lhes mais essa vitória em nossas vidas.
Saio da Universidade esperançosa e cheia de planos que só foram possíveis graças às oportunidades que tive ao longo da minha formação acadêmica, pelos exemplos profissionais que observei e por todo apoio e confiança que foram, são e serão depositados em mim. 
Ao fim do curso - após cinco anos - uma gama de sentimentos pode ser elencada, mas gratidão e felicidade, sem dúvidas, são os principais deles, os quais se misturam em uma química inexplicável.
Em especial agradeço a Deus e à toda minha família. Sou grata aos meus pais, bem como ao meu irmão, pelo incentivo e apoio incondicional.
À UFMA quero dizer que esse não é um “adeus” e sim “até logo”

A maravilha de escrever



A dias tenho sentido vontade de voltar a escrever no blog. Escrever é uma das coisas que amo fazer, assim como ler, mas as atribuições do fim da faculdade, volta do Canadá, e OAB me afastaram um pouco dessa minha paixão.
Sempre fui daquele tipo de pessoa que se expressa melhor escrevendo. Não que eu tenha problemas como falar com a pessoas, ou fazer discursos, eu só acho que me comunico muito melhor assim. Escrever é uma maneira de apenas nos desligarmos do que estar ao nosso redor e nos concentrar apenas nas palavras e no fluxo de ideias que vem da nossa cabeça.
O blog é algo que faço de alma, sem pressão, sem expectativas, apenas uma torneira aberta para os meus pensamentos. Não julgo quem o faça, mas não sou de textões no facebook, prefiro um lugar mais pontual, sem deixar de expor minhas opiniões.

So...  Baby, I'm back

quinta-feira, 8 de março de 2018

E o Intercâmbio?...


Você faz suas escolhas e elas fazem você. Isso é fatoHá alguns meses, dada me foi a oportunidade de conhecer uma realidade e experimentar um âmbito completamente novo na minha vida. Seria uma CIDADÃ DO MUNDO. O CDM é um programa me oportunizou estar no Canadá e que possibilitou o intercâmbio cultural para centenas de alunos oriundos da rede pública de ensino de nível médio. Um programa que vai além de mandar alunos para o exterior e aprender Inglês. 
O intercâmbio era um sonho que parecia tão distante e que, de uma hora pra outra, se tornou uma realidade que até agora é difícil de acreditar.



O PROGRAMA CIDADÃO DO MUNDO

O Cidadão do Mundo em rasa análise é um programa governamental que proporcina intercâmbio cultural. No entanto, indubitavelmente, vai além de mandar alunos para o exterior a fim de que aperfeçõem suas habilidades linguísticas quanto ao Inglês; o CDM muda perspectivas de vida para quem participa, e também leva esperança e motivação para alunos que não tiveram essa oportunidade, ainda. 
Conheci o programa através de vários amigos que fizeram ou concorreram ao intercâmbio. Devido a uma série de tribulações na minha vida acadêmica, acabava por adiar a inscrição e sempre perdia os prazos; creio que no fundo, a verdade é que não acreditava que minha nota era suficiente ou que, como nas outras edições era feito um curso e posterior prova para uma nova classificação. O fato é que o intercâmbio, sem dúvidas, parecia uma realidade distante e ceticamente possível.
Quando recebi a notícia do resultado, confesso que não tomei a condição de aprovada no certame, sempre achava que a qualquer momento alguém diria que era uma pegadinha, ou coisa do gênero, pois é um situação completamente atípica, são raros os governos e iniciativas públicas que investem e valorizam a educação pública desta maneira, é um olhar que se desloca a uma linha de visão diferente e que se mostra de inteligente perspectiva, se me é permitido opinar.
Como demorei a acreditar e a realmente confiar que iria viajar e conhecer outro país, minha primeira viagem de avião, inclusive, não tinha muitas expectativas com o intercâmbio, estava aberta a novas experiências e a determinada a aproveitar ao máximo a multiculturalidade que estava prestes a presenciar e as amizades com pessoas de vários lugares do mundo quer estava prestes a fazer.

O PAÍS DE DESTINO

Sempre tive uma certa dificuldade em aprender o inglês, não quer fosse impossível para mim, mas por uma questão de que não tinha contato com séries, músicas, livros que me aproximassem da língua. O intercâmbio era a minha oportunidade de mudar isso.  Confesso que a minha impressão do Canadá, por óbvio, foi frio. Não estava preparada para os 6 graus que pegamos logo quando chegamos, mas tudo isso foi mudando.
Fiquei em uma casa de família com origem Filipina, meus hosts eram alérgicos a uma série de alimentos e, pelo fato da hostmother ser cozinheira, a parte da minha alimentação foi um dos pontos mais positivos da viagem. Tive uma alimentação completamente regrada, saudável e pude experimentar e conhecer muita da cultura Filipina. Eles foram super atenciosos e mantivemos uma relação bem harmoniosa. Nesse ponto, até hoje, escrevo depois de 2 meses e meio que voltei de Toronto, e ainda mantemos contato.
Toronto é uma cidade cosmopolita e, desta forma, abraça muitas culturas. É uma cidade que está preparada tanto para o frio o qual é habitualmente submetida, quanto para tornar o mais confortável possível a vida das pessoas que nela vivem.  Tivemos a sorte de visualizar três paisagens bem distintas da Cidade. Um Toronto com sua vegetação ainda verde, florida, com clima ameno; fomos agraciados com o famoso outono Canadense, com a vegetação que toma a cor de um crepúsculo dos mais belos que tive oportunidade de ver, até que essa mesma vegetação fosse tomando uma coloração mais amarronzada e logo vimos a cidade tomada por uma cama de branco que, por mais que pudesse parecer monótono, transmitiu uma sensação ímpar.
Estudamos na WTC uma escola que recomendo para qualquer um que queira fazer intercâmbio no Canadá. A equipe sempre disposta a nos ajudar e se tornaram nossos amigos. Os professores são um show à parte. Nunca foi tão fácil aprender inglês para mim. Sem dúvidas, a experiência em outro país potencializa a sua aprendizagem.

Cheguei na WTC com uma das menores proficiências, começando no nível II e saí em uma das turmas do último nível, o VII. Em 15 dias já conseguia me comunicar e isso me surpreende até hoje. No primeiro mês visitamos boa parte dos pontos turísticos e esse foi um ponto crucial para o desenvolvimento da nossa habilidade de conversação, era obrigada a desenvolver uma conversa, embora mínima, com as pessoas que poderiam me ajudar nos locais.
Particularmente, nos dois últimos meses do intercâmbio, me afastei do grupo do CDM e comecei a andar com um outro grupo de estudantes dentre eles, Mexicanos, Japoneses, Coreanos e Turcos; uma das melhores decisões, cada dia aprendia uma palavra nova, no mínimo, e fui melhorando muito mais minhas habilidades. 

Quanto ao impacto cultural, esse foi um dos meus últimos tópicos nas apresentações da WTC. Positivamente, os Canadenses não foram tão frios quanto eu pensava, sempre muito solícitos, mas claro que algumas coisas se confirmaram, como a questão dos cumprimentos, da educação e etc.

O QUE É SER UM CIDADÃO DO MUNDO

O intercâmbio além de, por óbvio, ter grande contribuição para a proficiência da língua escolhida, muda sua perspectiva de sociedade, de viver em sociedade, pelo menos foi o que mais significou para mim. A população Canadense, sob uma perspectiva geral, respeita muito as diferenças e lida bem com a pluralidade. Indubitavelmente boa parte disso é consequente da miscigenação, mas não é algo que eu percebo em São Paulo, que seria a cidade com maior parâmetro nesse quesito.

Percebi de um dos maiores entraves do intercâmbio é o receio, o medo de falar errado, de ser repreendido. 
Talvez esse tenha sido um dos meus trunfos no intercâmbio. Não ter medo de falar, de tentar me comunicar com meus colegas de classe, com as pessoas na rua, afinal, esse era meu objetivo. No entanto, conforme já falei no início do relado, nunca tinha tido uma afinidade com o Inglês e cheguei no primeiro nível da escola. Nos foi oferecido um curso online, mas creio que não foi suficiente. Senti falta de um curso mais efetivo, preferencialmente presencial, ao menos para que pudesse aproveitar mais a escola, as turmas mais diferenciadas que eles tinham a oferecer.
Outro ponto é que o curso parcial, deixa de oferecer muito, não é à toa que usei parte da bolsa para complementar meu curso e aderir ao programa integral. Umas das minhas melhores decisões no intercâmbio. Não fui a única.
DE VOLTA AO MARANHÃO, E AGORA?
Há alguns meses, dada me foi a oportunidade de conhecer uma realidade e experimentar um âmbito completamente novo na minha vida. Seria uma CIDADÃ DO MUNDO. Sei que viajei utilizando um dinheiro público e agradeço imensamente pela oportunidade que me foi dada. A aproveitei ao máximo que pude, cheguei ao último nível e evolui imensamente como ser humano, adquiri confiança, coragem, e determinação para tentar fazer diferente.
No último de aula, conversei com alguns professores da escola e todos foram unânimes em pedirem que eu agradecesse pela oportunidade deles participarem de um projeto tão bonito e tão inovador. Projeto tal que outros Estados, outros países, deveriam acolher e também fazer a diferença na vida de estudantes, como aconteceu comigo.
O intercâmbio era um sonho que parecia tão distante e que, de uma hora para outra, se tornou uma realidade que até agora é difícil para mim acreditar. 
Após 3 meses em um país de 1° mundo, ao contrário do que muitos podem pensar, eu não saí com a vontade de voltar e imigrar. Minha vontade é de utilizar o que eu aprendi para, quem sabe um pouco, melhorar a realidade do meu Estado.
A Tallyta que veio para o Canadá não é a mesma que voltou ao Brasil, muita coisa mudou, sobretudo 
a perspectiva de coletividade. Antes de vim, meu pensamento era individualista, terminar o curso de Direito, começar a advogar ou passar em um concurso; mas agora é como usar meu conhecimento para quem sabe, mudar uma realidade. Pode parecer utópico, mas é o meu sentimento no momento.



A mudança de mentalidade individualista vai ser uma das minhas maiores contribuições para o meu Estado. Pode parecer pouco, mas vejo que pode fazer uma diferença significativa no meu futuro e, provavelmente, que seja um pouco, no do Maranhão

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EM UMA SENTENÇA, COMO PODERIA EXPRESSAR O QUE REPRESENTOU SER UM CIDADÃO DO MUNDO?

Retirada dos “Antolhos” e oportunidade de analisar que posso contribuir muito mais para as pessoas ao meu redor do que pensava.