quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Lamentos de um 12 de Janeiro

     
Hoje presenciei uma cena que embora possa ser ainda comum, não a descaracteriza como decepcionante (sendo bem simpática quanto ao adjetivo da situação). Uma moça grita com outra dizendo estar incomodada por estar em um ônibus lotado e a "carvão", como ela se referiu à outra mulher, estaria encostando nela. Em um ato de defesa, a mulher ofendida responde  (grita) que se a discriminadora quisesse folga que fosse ao seu destino de táxi.

      Diante da situação, vários outros passageiros mostraram-se incomodados e começaram a proferir também insultos à discriminadora. Foi aí que ela resolveu se deslocar ao outro lado do ônibus, mas no caminho continuou gritando frases racistas à moça que já houvera ofendido.

      A situação me toca pelo simples fato de eu não entender o que leva uma pessoa a achar que pelo fato de estar ao lado de um negro, estaria sendo "incomodado"; ou ainda achar que dizer que uma pessoa é negra é uma ofensa. Em pleno século 21, com todas as hipóteses legais  que abarcam o racismo, com todas as campanhas de conscientização, as pessoas ainda pensam discriminatoriamente.

      Minha opinião é de que essa mulher que ofendeu a outra moça dentro do coletivo é daquelas que quando questionadas, dizem veementemente que não são preconceituosas, mas que na prática são sujeitos de atitudes deploráveis e lamentáveis como a que descrevi a pouco.